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Anderson Antikievicz Costa

Jornalista e professor

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24 de março de 2020

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Anderson Antikievicz Costa

Jornalista e professor

Entre as aulas à distância e as discussões, brigas e desesperos no Facebook, a Netflix pode evitar que você perca mais parafusos durante a quarentena. Como o importante agora é permanecer em casa e ficar atento à saúde, é a oportunidade para colocar filmes e séries em dia.  

 

O catálogo pode não agradar a todos os gostos cinematográficos, mas certamente é bastante vasto, diversificado e oferece boas opções. A seguir, apresento sete produções de diferentes países e de estilos não tão comuns, para quem quer se aventurar sem sair de casa.

 

Aliás, em breve, aqui no 360on, mais material cinematográfico estará disponível. Os acadêmicos de Publicidade e Propaganda produziram conteúdos especiais que logo estarão online.

 

Então, separe uns petiscos, reserve a melhor parte do sofá, e aproveite!  

 

1. Colegas (Comédia.  Brasil, 2013)

Pouca gente se lembra, mas o filme Colegas quase foi rodado em Cascavel. Entrevistei o diretor Marcelo Galvão em meados de 2007 (ou 2008?) e naquela época ele buscava parceiros e financiadores aqui no velho-oeste paranaense. Não encontrou.

 

O filme saiu do papel algum tempo depois, foi rodado em 2010 e 2011, em São Paulo mesmo. Não pude deixar de conferir o que perdemos. O filme é protagonizado por três jovens com Síndrome de Down que, apaixonados por cinema e inspirados por Thelma e Louise (1991), roubam o conversível do jardineiro e caem na estrada em busca dos pequenos prazeres e sonhos da vida. A presença de um narrador incomoda, mas é divertido e poético.

 

02. Perdi meu corpo (Animação. França, 2019)

Essa melancólica animação francesa é uma das surpresas do ano. Premiada no Festival de Cannes e indicada ao Oscar, conta a história de uma mão decepada em busca do seu dono. Mas é menos bizarro do que parece. O que prevalece é uma mistura interessante de aventura, mistério, fantasia e romance. O roteiro peca aqui e ali, mas compensa com sequências originais, bons diálogos e ótima trilha sonora.

 

03. Toc Toc (Comédia. Espanha, 2017)

Na sala de espera de um médico atrasado, pacientes com os mais diferentes tipos de TOC (Transtorno Obsessivo-Compulsivo) têm de lidar com as manias estranhas de cada um. Não é preciso mais para essa comédia espanhola esbanjar criatividade em meio a um gênero que, raramente, oferece algo diferente. Já é um pequeno clássico (agradeço o colega professor Giovani Pinheiro por ter me apresentado essa pequena obra-prima).

 

04. Lazzaro Felice (Drama. Itália, 2018)

Vencedor do Prêmio de Melhor Roteiro no Festival de Cannes de 2018, Lazzaro Felice foi escrito e dirigido pela diretora italiana Alice Rohrwacher. Conta a história de um camponês novato que sofre na mão dos seus colegas camponeses, os quais, por sua vez, são explorados por uma marquesa linha-dura. Parece filme “de época”, mas rola em algum momento da década de 1990. O “quê” de estética clássica, porém, não é por acaso. O filme bebe bastante da tradição dos filmes italianos (diria que alguma coisa de Pasolini…). É um filme de tema humano e social, bonito e acessível.

 

05. Meu Amigo Totoro (Animação. Japão, 1988)

Uma das grandes novidades da Netflix são os filmes do estúdio de animação japonês Ghibli, uma das principais influências da Pixar. O filme mais famoso do estúdio ainda é A Viagem de Chihiro, que em 2003 conquistou 35 prêmios, dentre eles o Urso de Ouro em Berlim e o Oscar de Melhor Animação. Também é o filme que melhor representa o estilo do estúdio, sensível e fantástico.

 

Entretanto, é difícil encontrar títulos ruins no catálogo do estúdio, sobretudo em meio aos filmes dirigidos por Hayao Miyazake. Princesa Mononoke (1997), Ponyo (2010) e O Castelo no Céu (1986) poderiam estar na lista. Minha indicação, no entanto, é Meu Amigo Totoro (1988), um jovem clássico referenciado em dezenas de outras produções, de South Park a Toy Story. A história é de duas jovens irmãs que se mudam para o interior com o pai, para que possam ficar próximas da mãe doente. Nesse período, as irmãs acabam conhecendo simpáticos espíritos da natureza.

 

06. Indústria Americana (Documentário. EUA, 2019)

Indústria Americana recebeu o prêmio de Melhor Documentário no Oscar deste ano. É uma boa recomendação para quem curte o gênero e também se interessa por assuntos sociais e políticos. O documentário é produzido por Barack e Michele Obama, e discute as diferenças entre a cultura trabalhista norte-americana e chinesa em uma fábrica nos Estados Unidos. O resultado é uma evidência da fragilização dos postos de trabalho, uma denúncia sobre a falta de segurança dentro das fábricas e ainda da retirada do poder de negociação coletiva dos trabalhadores.

 

07. O Hospedeiro (Drama de Ficção Científica, Terror e Comédia. Sul-Coreano, 2006)

Este é um bom filme de monstro, simples assim. É a história de um animal horroroso que surge da poluição de um rio com lixo tóxico (como não poderia deixar de ser). Estão na trama todos os elementos típicos do gênero, mas revisitados por um diretor inventivo e criativo. Assim, terror, drama, ficção científica e comédia rocambolesca se misturam de maneira original.

 

Foi o filme que chamou a atenção para o trabalho de Bong Joon-ho, responsável também por Parasita (2019), primeira produção estrangeira a ganhar o Oscar de Melhor Filme e que mostra o cinema sul-coreano para além do muito bom e conhecido Old Boy (2003).

 

 

 

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